sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Oficina com técnica Sumi-ê

Rosinha Imthurm fala um pouquinho sobre a técnica.
Sumi-ê: a arte do essencial.
Sumi-ê é a arte da pintura feita com tinta preta sumi. Conhecida, inicialmente, como suibokuga "água sumi-pintura", sua origem vincula-se aos mosteiros budistas chineses da Dinastia Sung (960-1274) e sua introdução no Japão remete ao século XIV, juntamente com a entrada dos budistas no país.
O material usado em sua prática compreende pincéis de diferentes tipos, absorventes papéis chineses e japoneses (arroz ou recicláveis), além, é claro, da própria tinta sumi, feita a partir da fuligem de pinheiros (ou de óleos vegetais), finalmente moída e misturada ao aglutinante nikawa, e do suzuri, instrumento empregado para o preparo da tinta (fricciona-se o bastão se sumi no suzuri com água e, assim, produz-se tinta de diversas tonalidades).
O artista deve se concentrar no manejo do pincel. É um trabalho que requer muita atenção, fabricado manualmente, é geralmente feito de arros, mas pode vir também da polpa do bambu. O papel mais comum é o xuan, de superfície branca, leve e absorvente.
Utiliza-se também o papel de alumínio e cola, que possui uma superfície menos absorvente, sendo adequado para trabalhos com linhas finas.
OS QUATRO TEMAS NOBRES
A arte do sumi-ê possui alguns temas recorrentes. Os mais importantes são os quatro nobres (shikunshi), que evidenciam a profunda ligação com a natureza. São eles: a oequídea selvagm, o bambu, a ameixeira e o crisânteno.
Considerada a mãe da pintura sumi-ê, a orquídea selvagem representa o verão, um espírito jovial, símbolo da graça e das virtudes femininas. A orquídea selvagem cresce no lugar considerado o mais inspirador de todos: onde a montanha encontra a água.
O bambu é o pai da pintura sumi-ê, caracteriza a simplicidade da vida e o espírito humilde, qualidade valorizadas no zen-budismo. Ele representa o inverno e é o tema mais pintado no oriente, Seu tronco simboliza a força e as virtudes do sexo masculino, refletindo um senso de equilíbrio perfeito. Sua retidão é comparada ao caráter íntegro e o tronco firme lembra a estabilidade inabalável, apesar de flexível. Seu centro é oco, remetendo ao sentido de vazio interior do zen.
No frio mês de janeiro, a ameixeira floresce, trazendo com ela o símbolo da esperança e da tolerância. Expressa a renovação e a continuidade da vida. Seu tronco retorcido inspira dureza, especialmente na existência árida do começo do inverno. Ainda assim, a ameixeira guarda a promessa da primavera e se confirma quando os primeiros brotos delicados aparecem a cada janeiro, em tempo de saudar o ano novo.
Finalmente, a florescência tardia do crisâmteno, cujas flores antecipam a chegada do inverno, desafia o frio e triunfam no outono. Por sua perseverança e resignação, a flor representa qualidades como lealdade e modéstia. Devido à sua forma circular, é considerado o símbolo da vida familiar. Além de suas virtudes, o crisânteno é famoso por ser emblema da família imperial japonesa desde o século X.
Oficina na sala de artes do SESC.
Início 10h30min.
Espero todos lá.

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